Nº. 684 – Música profana no culto – 03 out 2004, p. 4

//Nº. 684 – Música profana no culto – 03 out 2004, p. 4

Nº. 684 – Música profana no culto – 03 out 2004, p. 4

 

Doc.JB-684

Música profana no culto

Rolando de Nassáu

Um fanático perguntou: “Você usa muita música profana em seus cultos?”. Rick Muchow respondeu: “Sim! Nos cultos da Páscoa do ano passado nós incluímos uma canção do “Sister Hazel”, e no culto da semana incluiremos uma canção de Celine Dion. QUALQUER canção que, literária e musicalmente, se adapte ao tema da mensagem e ao seu público-alvo, é uma ferramenta eficiente. As canções profanas podem, freqüentemente, oferecer excelentes escolhas, particularmente para auditórios de interessados, porque a melodia pode ser reconhecida pelos ouvintes numa intensidade muito mais alta do que uma canção de Steven Curtis Chapman ou Twila Paris. Meu pastor, Rick Warren, diz que não existe música cristã; eu concordo (ver: “Uma igreja com propósitos. São Paulo: Editora Vida, 1997). A música pode, não ser profana ou sacra. A letra de uma canção é o que a caracteriza como sacra; ela nada tem a ver com a melodia. Antes da década de 70, não havia distinção importante entre música sacra e profana. Realmente, não existia música sacra popular. A música sacra era basicamente constituída de hinos, no formato clássico; a música profana era toda diferente. Com o advento do movimento “Pró-Jesus”, como parte do reavivamento da década de 70, as igrejas cristãs outra vez voltaram-se para a cultura popular, exigiram um “nicho” da música popular, por meio de artistas como Larry Norman, Andraé Crouch e muitos outros. Usar música profana na igreja não é, contudo, algo particularmente novo, como na década de 70.

Outros exemplos históricos incluem a canção “Amazing Grace”, cuja letra tornou-se muito popular, cantada nos botequins e tavernas da época. Um outro grande exemplo é a canção “Oh, Happy Day!”, de Edwin Hawkins, que é, talvez, de verdade, a primeira canção de encruzilhada.”

A pergunta que abre este artigo foi feita por Craig Hedrick (de Belmont, North Carolina, USA) e publicada em 20 de março de 2002 na seção “Ask Rick Muchow” do site da editora musical que atende as PDCs.

Um porta-voz do Ministério com Propósitos no Brasil, num email a nós dirigido, obtemperou assim: “Escreva somente sobre aquilo que você detém conhecimento”. Um outro, sentenciou: “A não ser que você possa provar, não escreva nenhum artigo”.

Justamente por termos tomado conhecimento da seção “Ask Rick Muchow”, denunciamos agora o uso de música profana nos cultos em “Saddleback”. E podemos prová-lo ! Qualquer leitor deste artigo poderá verificar a veracidade do que escrevemos e a autenticidade de nossa fonte; basta clicar em
http://www.encouragingmusic.com/ask_rick_muchow_view.asp

Os leitores de “Uma Igreja com Propósitos” (página 344) já sabem que a igreja de Saddleback é conhecida pela imprensa norte-americana como “o rebanho que gosta de rock”. Rick Warren escreveu que “a música determina quem você é” e “o tipo de música que você gosta é determinado pela sua bagagem cultural”; ele decidiu que em Saddleback a música popular (que consideramos “profana”; ele usa o eufemismo “música cristã contemporânea”) é a preferida pela igreja. Rick Muchow gosta de injetar adrenalina na audição musical.

Quais são os tipos de música e de músicos que Rick Muchow usa em seus cultos? Os preferidos dele podem ser encontrados no site “GOOGLE”.

 

Twila Paris começou cantando a chamada música “gospel”; tornou-se hinógrafa da igreja “contemporânea”; usa o estilo “praise and worship” (“louvor e adoração”). Andraé Crouch foi autor e cantor da autêntica “gospel song”; colaborou com Michael Jackson e Madonna; desde a década de 90, trabalha com a “música cristã contemporânea”. Edwin Hawkins desenvolveu um estilo musical que misturava “gospel song”, “rhythm and blues” e “soul music”; dessa mistura, saiu a MCC; sua canção “Oh, Happy Day!”, lançada por uma emissora de rádio clandestina, alcançou, na década de 70, sucesso mundial.

 

Muchow acha que os artistas profanos estão escrevendo canções religiosas e que arranjos de canções feitas por eles podem torná-las cristãs. Ele ainda citou: Paul McCartney, que tem sua canção “Maybe I’m Amazed” no repertório de Saddleback; enquanto Muchow procura o Céu, McCartney pensa no “Vanilla Sky” …Muchow crê que o “Creed” está fazendo música cristã; mas Scott Stapp declarou: “Eles querem pensar que nossas canções são de natureza cristã”; a filosofia do trio vocal está nos versos “Who’s got my back, so what is the truth now?”.

U2“, trio irlandês de “pop-rock”, tem a simpatia de Muchow, talvez pela canção “If God will send His angels” (Se Deus enviar Seus anjos); num verso, diz que “they put Jesus in show business” (puseram Jesus no negócio dos espetáculos) …

 

Eric “Rick” Clapton, ídolo do “blues-rock” inglês, teve seu nome grafitado em Londres e Nova Iorque: “Clapton is God” (Clapton é Deus); sua canção, auto-biográfica, “My Father’s Eyes”, é cantada em Saddleback.

 

Lifehouse“, trio de “pop-rock”, com o cantor Jason Wade e o baterista Rick Woolstenhulme, está empolgando a juventude americana; a história pessoal de Jason assemelha-se à de quem tem uma vida com propósitos.

Os de Rick Muchow são:

1o) fazer com que as congregações no Brasil acolham os estilos, ritmos e instrumentos da música popular norte-americana;

2o) induzir as igrejas batistas a colocarem em segundo plano a hinodia, traduzida ou produzida no Brasil. Realizados esses propósitos, estarão abertas as portas das igrejas para a música profana em seus cultos.

 

(Publicado em “O Jornal Batista”, 03 out 2004, p. 4).

 

2018-02-21T13:59:37+00:00 By |Formas e estilos musicais|