Ponto crítico

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Ponto crítico 2018-03-01T18:11:15+00:00

(perspectivas relacionadas a obras musicais)

A música de Buryl Red – Ele é um dos mais bem dotados e preparados músicos batistas norte-americanos da atualidade, tendo estudado em Baylor (1957) e Yale (1961), e composto “Celebrate Life” (72) e “Beginnings” (74), traduzidos no Brasil (ver: “Nassáu”, p.148).
Numa perspectiva honesta, a obra musical de Buryl Red (hinos para uso congregacional, antemas corais, cantatas, oratórios e espetáculos musicados) tem experimentado aclives e declives.
Numa escala ascendente, do ponto-de-vista que considera a música mais apropriada ao templo, erguemos os olhos para “Reconciliation” (75), enquanto no plano descendente baixamos para “Hello, World”.

O estilo musical mais característico de Buryl Red tem origem nos “Sacred Concerts”, compostos em meados da década de 60 por Duke Ellington. O jazz de Ellington sugeriu a Buryl Red que ele abandonasse o estilo tradicional da música-de-igreja americana.
Um novo contexto musical tinha surgido, na década anterior, com o aproveitamento de rítmos populares na música-de-igreja, a pretexto de fazer-se uma hinodia “contemporânea”, inaugurada com a missa de Geoffrey Beaumont. Na época, a Igreja Anglicana e a Igreja Católica Romana tinham adotado como diretrizes litúrgicas o aproveitamento da música popular e a adaptação do culto à mentalidade dos fiéis.

“Hello, World” (69) seguiu essa tendência modernista. “Celebrate Life” (72) aplicou a fórmula de misturar os estilos “sério” (erudito) e “contemporâneo” (popular).
Qual a tendência da música de Buryl Red?
Parece que, depois de “Reconciliation”, embora “Hello, World”, “Celebrate Life”, “Beginnings” e quejandos ainda continuem dando lucros ao músico-empresário, a reflexão fez com que Buryl Red cogite agora voltar à hinodia tradicional, retornar ao estilo puro da música-de-igreja.
Como diria Giuseppe Verdi: “Torniamo all’ antico; sarà un progresso” …

“Gospel-Rock” – Trata-se, apesar do eufemismo, de música popular de caráter profano; a adjetivação (“gospel”) não retira da forma musical a sua substância original (“rock”). No Brasil, foi apelidada de “rock evangélico”.
O compositor Mylon Raymond LeFevre (1944- ) foi o pioneiro da fusão da música de “rock” com a letra evangélica. Talvez influenciado por LeFevre, surgiu o “Petra”, conjunto vocal que divulgou a canção “God gave the rock-and-roll to you”.
Dizer que o adolescente e o jovem, não convertidos, no balanço do “rock” entendem a letra evangélica, é uma ingenuidade; eles pulsam com a música, mas não entendem o Evangelho (ver: la.Coríntios 2:14).